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Menos, porém melhor: como projetar com foco no essencial e criar design que perdura.

  • Foto do escritor: Tales Pugedo
    Tales Pugedo
  • 24 de ago.
  • 2 min de leitura

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Vivemos sob o impulso do “mais”: mais posts, mais dados, mais velocidade, mais tarefas, mais telas. Esse acúmulo constante cria a sensação de progresso, mas raramente convida a pensar no efeito de longo prazo das escolhas de design sobre pessoas, negócios e ambiente. A filosofia “menos, porém melhor” propõe o contrário: reduzir o excesso para revelar o essencial, priorizando utilidade, clareza e respeito ao usuário.


A seguir, um retrabalho dos princípios clássicos de bom design — condensados em linguagem prática para orientar decisões de projeto no físico e no digital.


Princípios em linguagem do dia a dia


Inovar com propósito: novidade só vale quando amplia a utilidade e melhora a experiência; caso contrário, é barulho a mais.


Utilidade em primeiro lugar: produtos existem para servir; o design precisa esclarecer a função e remover o que atrapalha.


Beleza que ajuda: estética é parte da usabilidade; o que é bem executado tende a ser belo e a tornar o uso mais agradável.


Compreensão imediata: bons produtos se explicam sozinhos; a forma revela como começar, o estado em que estão e o que fazer em seguida.


Discrição intencional: ferramentas não disputam atenção com as pessoas; o design se mantém neutro para dar espaço à expressão de quem usa.


Honestidade sem truques: nada de prometer o que não entrega; não parecer mais potente, mais premium ou mais inovador do que realmente é.


Longevidade acima da moda: fugir do descartável e de tendências passageiras; projetar para continuar relevante ao longo do tempo.


Cuidado nos detalhes: nada é arbitrário; precisão e consistência reduzem atrito e comunicam respeito por quem usa.


Responsabilidade ambiental: pensar ciclo de vida, recursos e impacto visual; durabilidade e reparabilidade também são sustentabilidade.


O mínimo necessário: remover o supérfluo para que o essencial apareça; simplicidade é um meio para clareza, não um fim decorativo.


Por que adotar esses princípios


Reduz frustração: quando um produto se explica, cumpre o que promete e permanece útil, a confiança cresce e o suporte cai.


Cria valor acumulado: utilidade, clareza e durabilidade se somam ao longo do tempo — para pessoas, para marcas e para o planeta.


Eleva a cultura de qualidade: honestidade e atenção aos detalhes estabelecem padrões melhores e favorecem autonomia no uso.


Para aprofundar


Uma leitura que complementa essa visão é O Design do Dia a Dia, de Donald Norman. A obra explora como tornar produtos compreensíveis e utilizáveis, discutindo modelos mentais, feedback, restrições e affordances, e mostrando que falhas de uso geralmente nascem de decisões de design, não de “erro do usuário”. É um elo prático entre princípios atemporais e aplicação concreta em projetos contemporâneos.


Resumo em uma frase


Bom design é escolher menos para entregar melhor: foco no essencial, respeito por quem usa e compromisso com o que permanece.

 
 
 

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